LETRAMENTO CRÍTICO NA LÍNGUA INGLESA - OS GRADED READERS

 


LETRAMENTO CRÍTICO NA LÍNGUA INGLESA   

GRADED READER

 Elaine Cristina da MESQUITA 

Eliane de C Ferreira BRITO 

Joselane C COSTA 

Luiza Serra do CARMO 

 

 

" Um livro de leitor classificado é um livro de "leitura fácil" que suporta a ampla abordagem de leitura para o ensino de inglês como um segundo idioma ou idioma estrangeiro e outros idiomas"

 


Introdução 

O trabalho proposto consiste em apresentar dois objetivos. O primeiro é conceituar o Letramento Critico (LC) e as suas contribuições para o meio social, tendo como pano de fundo, o educacional. O segundo objetivo, propõe  desenvolver um plano de aula para o ensino de Língua Inglesa a alunos do Ensino Médio usando tecnologia, cuja base teórica será o Letramento Crítico, o que estimulará a  utilização  dessa  perspectiva  de  leitura  na escola, cujo autor escolhido foi Allan Poe, em seu conto: The Black Cat.

O Letramento Crítico (LC) tem como objetivo a formação de cidadãos que se tornem agentes em um mundo mais justo por meio da crítica aos atuais problemas políticos e sociais mediante questionamentos das desigualdades, com incentivo de ações que visem a mudanças e soluções pautadas na justiça e na igualdade. Tal crítica se dá por meio da leitura, reflexão e questionamento das mensagens dos diferentes textos a que os estudantes/leitores são expostos.

  Além disso, nosso estudo tem como referência teórica Patrícia Miranda Medeiros Sardinha, autora do texto: “Letramento crítico: uma abordagem crítico-social dos textos”. Autores como Andreotti  (2008),  Cervetti, Pardales  e Damico  (2001),  Duboc (2016),  Jordão  e  Fogaça (2007,2012), Jordão  (2016),  Paulo  Freire (1997,1989),  entre  outros, refletem sobre a  escola, aspectos  socioculturais  e destacam a  relevância  do  LC  para  a construção de  uma  sociedade preocupada com a coletividade.

Em suma, a escola torna-se um palco de questionamento, por meio do diálogo, de assuntos significativos para a vida em comunidade. Neste espaço, o aluno é um dos principais protagonistas, sua importância ocorre por ser ele o agente a formar uma consciência crítica e realizar ações sociais de justiça e igualdade.

 

  2.  Letramento   Crítico:   Atuação social e educacional

Um  dos  precursores  do  LC  foi  Paulo  Freire, que,  em  seus  escritos,  sempre incentivou  práticas  de  letramento  que  primassem  pela  justiça  social,  liberdade  e igualdade nas relações, além de incentivar a percepção dos professores quanto aos alunos,  estudantes como  seres  sociais,  dotados  de  uma  bagagem  cultural  que precisa  ser  considerada  em uma relação dialógica.

A problematização freiriana caracteriza-se por perguntas críticas, acerca da realidade em que os estudantes/leitores vivem em comparação com o texto lido. Conforme as palavras do autor, “a leitura da palavra  não  é  apenas  precedida  pela  leitura  do mundo, mas por uma certa forma de ‘escrevê-lo’ ou de ‘reescrevê-lo’, quer dizer, de transformá-lo através de nossa prática consciente”. (FREIRE,1989,p.13).

Os estudantes precisam  entender  o  que  leem (assistem  ou  escutam)  e,  através  de  reflexões  e  diálogos,  serem  capazes  de  utilizar  a língua, em seus diversos meios de expressão, como ferramenta de ações que questionem as  diversas  formas  de  dominação  e  perpetuação  da  desigualdade  social  e  econômica. (LOPES; ANDREOTTI; MENEZES DE SOUZA, 2006). Assim o LC “promove a reflexão, a transformação e a ação”. (CERVETTI; PARDALES; DAMICO, 2001, p. 06). 

Ler um texto sob a perspectiva do LC de acordo Andreotti, permite ao estudante “analisar e criticar as relações entre perspectivas, língua, poder, grupos sociais e práticas sociais”. (ANDREOTTI,   2008, p.43). Salienta-se, portanto, a perspectiva, a intencionalidade, o contexto sócio-histórico e econômico de quem escreveu/falou o texto e refletir acerca das vozes/pontos de vista dos que foram esquecidos ou ignorados no discurso. Segundo Jordão e Fogaça,

sujeitos e significados estão imersos em relações  de  poder,  travando constantes batalhas pela legitimidade. Tais conflitos e tais relações de poder que nos  constituem  são,  portanto,  os mesmos  elementos  que permitem  que  os  significados  sejam  permanentemente  construídos  e modificados.  O poder (e os resultantes conflitos), as formas como o poder opera, e  as  possibilidades  de  subvertê-lo,  devem  ser  uma preocupação   fundamental   para todos que desejam   compreender, ensinar  e  aprender  línguas  estrangeiras. (JORDÃO;  FOGAÇA,  2007, p. 88).

A relação de poder relaciona-se a regras sociais linguísticas (nível  de formalidade do ambiente, polidez, descortesia, escolha vocabular etc.), uma vez que “a linguagem pode ser usada para manter e desafiar formas existentes de poder”. (JANKS, 2016,  p.  29).  O LC incentiva o  questionamento  de  discursos  dominantes  imperativos presentes  nos  textos,  visando  à  justiça  e  à  igualdade  nas  relações  sociais  a  partir  da contextualização social e histórica em que os mesmos foram elaborados.

Fairclough (2001) destaca a presença  ideológica  na  concepção  textual.  Para o autor segundo Sardinha (2018), as leituras, os conhecimentos, os saberes adquiridos ao longo da vida contribuem para   a   interpretação dos   textos   lidos,  que   são   produzidos   em   contextos   sociais específicos.  As interpretações dos  textos  são  abertas  a  diferentes  leituras  e  estão vinculadas  a  experiências  pessoais  e  não  somente  ao  próprio  texto.  Os sujeitos leitores agem criativamente ao realizar conexões interpretativas e ao reestruturar práticas e estruturas dos textos.

 

[...] a prática discursiva, a produção, a distribuição e o consumo (como também a interpretação) de textos são uma  faceta de luta hegemônica que contribui em graus variados para a reprodução ou a transformação não  apenas  da  ordem  de  discurso  existente  (por  exemplo,  mediante  a maneira  como  os  textos  e  as  convenções  prévias  são  articulados  na produção  textual),  mas  também  das  relações  sociais  e  assimétricas existentes.(FAIRCLOUGH, 2001, p. 123-124).

 

Com a globalização e o avanço das tecnologias digitais, tem-se acesso a um enorme acervo cultural advindo de diferentes lugares (por meio de vídeos do YouTube, blogs,   sites, etc.).Esse   contato   permite   um   novo   olhar   para   o mundo,  novas perspectivas,    influenciando  os  interesses  das  pessoas,  as  formas  como pensam   e   agem.   Porém, torna-se   evidente   a   importância   de   considerar   a não neutralidade da língua e  questionar  as  mensagens  recebidas  pelos  diferentes  meios  de comunicação.

 Carbonieri (2016) a partir de tais concepções, ressalta  que  as  grandes  navegações  e  o  processo  de colonização das Américas promoveram a divisão racial das populações e a classificação de  índios,  negros  e  mestiços  como  inferiores  e  europeus  como  dominadores. Afirma também que, o Letramento   Crítico   nos   ajuda   a   examinar   e   combater   visões estereotipadas   e   preconceituosas   que   por   ventura   surjam    nas interações em sala de aula e fora dela. É uma perspectiva educacional que tem como propósito instigar o indivíduo a repensar sua realidade, auxiliando-o a tornar-se mais consciente e autônomo para transformá-lo. Assim,   

 

O letramento crítico interroga  as  relações  de poder,  os  discursos,  ideologias  e  identidades  estabilizados,  ou  seja, tidos  como  seguros  ou  inatacáveis.  Proporciona  meios  para  que  o indivíduo   questione   sua   própria   visão   de   mundo,   seu   lugar   nas relações de poder estabelecidas e as identidades que assume. Alicerça-se no desafio incansável à  desigualdade  e  à  opressão  em  todos  os níveis  sociais  e  culturais.  Nesse  sentido,  o letramento  crítico    pode ser    uma    prática    descolonizadora    que    busque interromper a colonialidade do poder ainda  em  curso.(CARBONIERI,  2016,  p.133).

 

Assim, o Letramento Critico visto como uma prática descolonizadora, propõe um olhar além do exposto, como podemos observar a relação de superioridade na idade moderna das culturas pós coloniais inglesas versus países  colonizados. A imposição da força da língua inglesa foi tão bem engendrada que hoje, tornou-se a língua comercial e, com a globalização podemos presenciar o seu grande desenvolvimento. Inclusive, em nossa gramática de língua portuguesa encontramos palavras estrangeirizadas.

Por este viés, o LC propõe ao indivíduo perceber, durante a leitura dos mais variados textos a que se está exposto, os diferentes pontos de vista e questioná-los, contribuindo para a não reprodução de discursos atrelados a injustiças sociais. Pensando desta forma, questionamos: textos são ou não são neutros?

Segundo a perspectiva do LC, os textos (falados e ou escritos) não são neutros e estão  associados  às  regras  ideológicas  da  comunidade  de  onde  o  autor  advém.  A realidade  descrita  no  texto  não  possui  amplitude  global,  mas  sim  local,  ela  está histórica,   cultural   e   socialmente   situada. 

 


3. Questionamento: Como desenvolver o Letramento Crítico ?




 

Segundo Lopes, Andreotti e Menezes de Souza (2006), a língua não é neutra ou transparente, é culturalmente  tendenciosa,  dinâmica  e  muda  de  acordo  com  o contexto.  Por  isso,  o  trabalho  com  o  texto  em  sala  de  aula  precisa  considerar  esses aspectos  culturais  e  históricos  para  possibilitar  a  identificação  das  implicações  da mensagem  que ele  traz  na  realidade  em  que  atua. Os autores  elaboraram  um  quadro conceitual demonstrando os diferentes tipos de leitura:

 

Quadro 1 -Os diferentes tipos de leitura

LEITURA TRADICIONAL

LEITURA

CRITICA

LETRAMENTO CRÍTICO

O que representa a verdade?

É fato ou opinião?

É tendencioso ou neutro?

Está bem escrito/claro?

O que o autor quer dizer?

Qual nível de autoridade ele(a) possui?

A quem se dirige o texto?

Qual é a intenção do autor?

Qual é o contexto?

Como o autor manipula o texto?

Quais afirmações não tem embasamento?

Porque o texto foi escrito desta forma?

Quais são os pressupostos e possíveis implicações das afirmações?

Como a realidade é definida?

Quem a define?

Em nome de quem?

Para o benefício de quem?

Quais são as limitações ou contradições nesta perspectiva?

Como estas afirmações (ou palavras) poderiam ser interpretadas em contextos diferentes?

Estratégia: DECODIFICAÇÃO

Estratégia:

INTERPRETAÇÃO

Estratégia:

QUESTIONAMENTO

Foco:

Mensagem/conteúdo, autoridade e legitimidade do falante e do texto

Foco:

Contexto da escrita, intenções e estilo de comunicação.

Foco:

Pressupostos, saber, produção, poder, representação e implicações

Objetivo:

Desenvolver uma compreensão do conteúdo e/ou estabelecer o valor da verdade do texto.

Objetivo:

Desenvolver reflexão crítica (habilidade de perceber intenções e razões)

Objetivo:

Desenvolver reflexividade (habilidade de identificar pressupostos/implicações.

Fonte: (LOPES; ANDREOTTI; MENEZES DE SOUZA, 2006, p. 06)

 

Esses autores trazem as diferenciações dos tipos de leitura e estimulam o uso do LC  no  trabalho  com  o  texto  em  sala  de  aula,  ressaltando  que,  na  seleção  do  conteúdo, devem-se incluir questões globais e locais de relevância e que sejam significativas para o aluno.

Com isso, para os autores do LC, o processo de leitura vai além da interpretação do texto. Eles sugerem que sejam levantados questionamentos com o intuito de perceber visões, interpretações e versões historicamente silenciadas e  romper  com  relações rígidas, hegemônicas de poder. Desse modo, o LC é definido “como um exercício de questionamentos  das  práticas  discursivas  e  como  o  reconhecimento  da  relação  entre cultura,  poder  e  dominação  com  vistas  à  justiça  social,  igualdade,  emancipação  e empoderamento”.(DUBOC, 2016, p. 61).

Em um trabalho sob a perspectiva do LC, questionamentos como os expostos a seguir são levantados após a leitura dos textos, além dos já apresentados no Quadro 1. (TAKAKI, 2012, p.976)

a)              Quem está contando a história?

b)              Em nome de quem a história está sendo contada?

c)              Que outras vozes/perspectivas/realidades estão faltando?

d)              Um texto alternativo contaria que versão da história?

e)              A sua realidade está incluída nesse texto? Por quê?

f)               Quais   são   as   implicações   de   cada   interpretação   da   história?

 

Segundo   Takaki (2012), o   trabalho   do   texto   por   meio   do   LC   pode   suscitar interpretações que considerem o  local  social  e institucional  sobre  o  qual  o  autor  escreve,  seu estilo   e   seus   conceitos   de   linguagem,   conhecimento,   identidade, cultura,  realidade,  leitura;  a  natureza  do  conteúdo  (tópico  literário, jurídico,    publicitário,    científico,    religioso    em    suas    diferentes manifestações); o   nível   de   linguagem,   (dialetal,   culta,   formal, semiformal,   informal;   mecanismos   de   coesão,   nominal,   verbal, conexão,  modalização, períodos, léxico), o contexto no qual  o gênero se insere (solene, público), a natureza da relação entre os participantes (íntima  ou  distante;  nível  sociocultural;  formação);  a  natureza  dos propósitos das atividades desenvolvidas, ou seja, o propósito social do texto  focal.  A consciência de tais fatores poderá contribuir  para  as práticas   de   leitura   mais   expandidas   e   transformar as   análises   e interpretações  sociais  e  históricas  com  vistas  à  ampliação  das  visões de mundo.

Nas interações em  sala  de  aula,  são  inúmeros  os  textos  a  que  os  alunos  são expostos,  por  isso,  não    que  se  delimitar  um  número  fechado  de  questionamentos  a serem  feitos. É  necessário  ressaltar  que  a  leitura sob  a  perspectiva  do  LC não  se  propõe  a construir  métodos, “a não ser que método seja concebido como conjunto de soluções provisórias, contextuais, estabelecidas em parcerias colaborativas”. (JORDÃO, 2016, p. 51). 

No  LC,  são  apresentadas  perspectivas  de  leitura  que  tornam  leitores  capazes  de perceber   as  intenções   do  autor,  do  público  a  quem  se  destina,  do  público  não considerado, das relações de poder e de desigualdade subjacentes para revelar ao leitor que a linguagem ali está sendo usada em um contexto de tempo e espaço específicos.

 

Os  pressupostos  do  LC  sobre  o  mundo  têm  ressonância  em  práticas democráticas  que  contemplem  um  mundo  multissemiótico  no  qual  as diferenças    convivem    lado    a    lado,    em    dissonância    produtiva, questionando e problematizando práticas totalizantes homogeneizadoras.(JORDÃO, 2016, p.51).

 

A  leitura  que  contempla  o  LC  capacita  o  estudante  à tomada  de consciência de que algumas práticas de linguagens (textos orais ou escritos) podem não representar  determinado  grupo  social,  ou  até  mesmo  excluí-lo.  O  ensino  de  línguas, materna  e  estrangeiras, pode  proporcionar  a reflexividade e  questionamentos  por  parte dos  estudantes  para  que eles concordem ou  discordem de  certas  práticas  sociais. O vocábulo  reflexibilidade  precisa  ser  entendido  aqui  como  uma  forma  de ler  o  texto: fazendo   uma   autoanálise,   questionando-se   do   porquê   se   está   interpretando-o   de determinada  forma.  Ao  refletir  sobre um  texto,  o  leitor  também  reflete  sobre  si,  sobre sua bagagem cultural.

 

O   ensino/aprendizagem   de   princípios   socioeducacionais   como   a inclusão social, a construção e representação de identidades sociais, a consciência  do  papel  das  línguas –e  das  Línguas  Estrangeiras –na sociedade  e  na  diversidade  cultural,  são  princípios  para  os  quais  é imprescindível  o  uso  da  língua  materna  a  fim  de  que  possam  ser discutidos e  questionados plenamente, sem que  o suposto domínio da Língua   Estrangeira   seja   usado   como   instrumento   para   impor determinados  sentidos  e  calar  outros. (JORDÃO; FOGAÇA,  2007, p. 95).

 

Os   autores salientam   ainda   que   as   discussões   podem   ocorrer   na   língua estrangeira  dependendo  do  nível  de  proficiência  da turma e  que  os interlocutores  (professor  e  alunos)  devem  ter  oportunidade de se  expressarem  a  fim de  compartilhar  suas  percepções  sobre  o  texto  lido, de  modo  que  se  sintam  confortáveis, em sala de aula para contribuir com suas falas e refletir sobre as diferentes perspectivas apresentadas.

Questionamentos  surgem  a  partir  da  leitura  do  texto  e podem  ser feitos em Língua Portuguesa, pois “discussões na língua materna ajudarão estudantes e professores   a   atribuírem   significado   às   suas   práticas   sociais   e,   portanto,   farão associações  das  aulas  de  Inglês  com  suas  vidas  dentro  e  fora  da  escola”.(JORDÃO;FOGAÇA, 2012,p.77).

 

4.   Ensino da Gramática e Letramento Crítico


Takaki (2012) recomenda a  cooperação  e  a  integração  do  LC  com  os  estudos linguísticos, culturais, políticos, sociais no ensino de línguas. Há momentos, na aula, em que o(a) professor(a)  pode  e  precisa  focar  nos  aspectos  linguísticos,  sistêmicos  da língua, já em outros ele(a) tem a possibilidade de dar ênfase na leitura sob a perspectiva do LC ao trabalhar os diferentes gêneros textuais. A inserção desses dois momentos de ensino-aprendizagem (estudo dos aspectos estruturais da  língua  e  do  LC)  nas  aulas  de línguas colabora para a formação do aluno-cidadão.

Dessa forma, o LC permite que o aluno não somente desenvolva as habilidades linguísticas nas aulas de língua materna ou de língua estrangeira, mas também preconiza a formação de cidadãos críticos e conscientes a partir da interação, do diálogo com seus pares e dos questionamentos dos conceitos e preconceitos quase que “institucionalizados” pela sociedade e pela própria família. (SOUZA, 2014). O objetivo é viabilizar  desconstruções  de  reproduções  de  falas  e  atitudes  que  não  passaram  por reflexões, para um agir mais consciente.

Com o intuito de ajudar professores ao redor do mundo a trabalhar o texto sob a perspectiva do LC, foi  desenvolvido  o  projeto OSDE  (Open  Spaces  For  Development and Enquiry),  em  língua  portuguesa: Espaços  Abertos  para o Desenvolvimento  e  a Investigação.  Jordão e Fogaça disponibilizaram em um artigo suas regras operacionais, já traduzidas para o Português:

 

Open  Spaces  For  Development and Enquiry

a) todo indivíduo traz conhecimento válido para um espaço aberto;


b)  esse  conhecimento  merece  respeito  (todos  devem  ter  o  direito  de expressar-se  sem  medo  de  serem  desprezados pelos outros,  e  devem comprometer-se a ouvir os outros com respeito;


c)  todo  conhecimento  está  relacionado  com  quem  você  é  e  de  onde você  vem  (nós  construímos  as  lentes  com  as  quais  olhamos  o  mundo em nossos contextos e interações com os outros);


d)  todo  conhecimento  é  parcial  e  incompleto  (nós  vemos  o  mundo através  de  lentes  diferentes  que  se  modificam  continuamente;  não  há lentes universalmente melhores ou mais claras);


e)   todo   conhecimento   pode   e   deve   ser   questionado   no   diálogo (devemos nos engajar criticamente com ações, pensamentos e crenças tanto   de   nós   mesmos   quanto   dos   outros, já   que   precisamos   de diferentes  lentes,  outras  perspectivas,  para  desafiar  e  transformar nossas próprias perspectivas).

 Disponível em:<http://www.osdemethodology.org.uk/groundrules.html>. (JORDÃO; FOGAÇA, 2007, p. 100).

 

Jordão (2007)   referenda   a   abertura   de   espaços   com   objetivos   traçados coletivamente, com o intuito de aprender a viver juntos, “perceber e aprender a lidar com a complexidade, tomar decisões e elaborar suas opiniões”. (JORDÃO, 2007, p. 36).

A  sala  de  aula  de  língua, portanto,  pode  ser  um  espaço  onde  os  estudantes  tenham acesso  a  outras  visões  de  mundo,  percebam  diferentes  pontos  de vista  por  meio de textos variados advindos de realidades diversas, escritos com propósitos peculiares, sob um   contexto   determinado   sócio historicamente.   O   trabalho   com   o   texto   sob   a perspectiva do LC possibilita que os alunos se percebam como sujeitos críticos, capazes de agir sobre o mundo, sobre suas realidades.

Além  disso,  Monte  Mór salienta que: “ampliar a consciência sobre as questões subjacentes à diversidade com a qual interagimos pode representar um grande exercício de reflexão, bastante necessário em nossa prática profissional ou em nosso cotidiano”.(MONTE  MÓR,  2002,  p.  160).  Assim,  é notória  a  importância  de  reflexões  sobre  a diversidade  cultural  no  cotidiano  escolar. As  aulas  de  língua têm  como  objetivos desenvolver  a  competência  comunicativa  do  aprendiz  e  formar  o  indivíduo  cidadão como ressaltam Mattos e Valério (2010) e Jordão e Fogaça (2012).

 

5.    Os Graded Readers: Uma alternativa legítima no letramento literário em inglês.

 


Na Língua Inglesa, readers ou graded readers são definidos pela Extensive Reading Foundation (ERF) como: Livros facilitados, ou seja, livros de variados gêneros criados especialmente para alunos de línguas estrangeiras, os quais podem ser versões simplificadas de obras existentes, histórias originais ou livros de natureza factual. Eles são “facilitados” no sentido de que a sintaxe e o léxico são adaptados para tornar o conteúdo acessível aos alunos do idioma.

Os editores normalmente publicam séries de leitores com 4-6 níveis de leitura diferentes para se adequar a vários níveis de habilidade e permitir o progresso ao longo do tempo. A Extensive Reading Foundation também se refere aos livros facilitados como Literatura para alunos de línguas, indicando que eles compreendem um tipo de literatura válido e “autêntico” destinado a um público específico. (ERF, 2020, online, tradução nossa).

Os referidos livros apresentam, de forma geral, a obra adaptada, imagens que facilitam a compreensão da narrativa (dependendo do nível linguístico do material), notas de rodapé com explicação de vocabulário que porventura não seja familiar aos leitores e, muitos deles, atividades que abordam o texto e aspectos formais da língua, assim como exploram as quatro habilidades.

 Além disso, também contam com elementos paratextuais que: (...) incluem introduções ou prefácios contendo informações sobre o autor e a obra originais, sobre a história ou a cultura dos povos ou dos lugares ficcionalmente representados. Podem conter ainda textos explicativos, como notas de rodapé, pequenos glossários (bilíngues, monolíngues ou até pictóricos), e exercícios de interpretação de texto ou de vocabulário e gramática. Informações de orelha e de quarta capa sobre a série, o público-alvo e a história (normalmente um breve resumo) também ajudam a compor o rico aparato paratextual que, juntamente com as ilustrações, serve de invólucro para os graded readers. (BECKER, 2015, p. 14-15).

Pode-se dizer que os graded readers são construções marcadamente multimodais, no sentido conferido por Clüver (cf. 2012, p. 15), já que eles geralmente agregam atividades pedagógicas, além de contar com ilustrações que reforçam elementos narrativos e da estética predominante no texto literário. Nesse sentido, os graded readers são exemplares de uma combinação de mídias (cf. CLÜVER, 2012, p. 15), tais como o texto literário, o livro didático (com o encadeamento de suas atividades pedagógicas), as ilustrações (já que, na maioria das vezes, os textos literários originais não contavam com imagens preparadas para a versão adaptada) e o áudio (frequentemente com leitura performática, do gênero de contação de histórias). Além disso, considerando sua natureza enquanto narrativa recontada, os graded readers também podem ser analisados como uma espécie de transposição midiática, já que, como pretendemos demonstrar neste trabalho, muitos sentidos do texto-fonte transbordam o próprio texto facilitado, sendo as atividades propostas, as ilustrações apresentadas, os glossários, dentre outros elementos típicos desse gênero, partes integrantes dos significados construídos nesse novo meio.

 

 

6. O professor como motivador do Letramento Crítico

 


A atuação do professor é de vital importância no fazer pedagógico, uma vez que cabe a esse profissional, dentre outras funções, ser mediador na formação de cidadãos e futuros profissionais, agentes sociais.  Paulo  Freire  enxergava  a  educação  escolar  como ato de produção e de reconstrução do saber:

 


Outro  saber  de  que  não  posso  duvidar  um  momento  sequer  na  minha prática educativo-crítica é o de que, como experiência especificamente humana,   a   educação   é   uma   forma   de   intervenção   no   mundo. Intervenção  que  além  do  conhecimento  dos  conteúdos  bem  ou  mal ensinados  e/ou  aprendidos  implica  tanto  o  esforço  de  reprodução  da ideologia  dominante  quanto o seu desmascaramento.(FREIRE, 1997, p.110).

 

Sobre a prática docente, a citação abaixo, de Gadotti, deixa claro como a função do professor exerce papel preponderante na formação de sujeitos críticos, quando a sua postura tende a fazer um trabalho de questionamento das práticas sociais, podemos identificar  e  confrontar  duas  concepções  opostas  da profissão docente:   

 

[...] a    concepção    neoliberal    e    a    concepção emancipadora.  A  primeira,  amplamente  dominante  hoje,  concebe  o professor  como  um  profissional  lecionador,  avaliado  individualmente e  isolado  na  profissão  (visão  individualista);  a  segunda  considera  o docente   como   um   profissional   do   sentido,   um   organizador   da aprendizagem  (visão  social),  uma  liderança,  um  sujeito  político.  [...]Porque   o   papel   da   educação,   na   concepção   que   defendemos,   é emancipar  as  pessoas, ou, como diz Francisco Imbernón, “o objetivo da   educação   é   ajudar   a   tornar   as   pessoas   mais   livres,   menos dependentes  do  poder  econômico,  político  e  social.  A profissão  de ensinar tem essa obrigação intrínseca”.(GADOTTI, 2003, p.04-05).

 

Daí  a  importância de  os  professores  levarem  os  alunos  a  questionarem  as relações culturais, históricas e sociais durante o trabalho com os textos. Não fará muito sentido,  para  o  aluno,  utilizar  o  texto  apenas  para  destacar  aspectos  linguísticos  da língua.

 

[...] o letramento oferecido pela  escola  toma  o texto escrito como  um objeto linguístico e não como objeto essencialmente social, ou seja, o texto  é  analisado  como  um  objeto  completo  em  si  mesmo,  cujo significado  independe  de  sua  relação  com  as  situações  em  que  é utilizado.   Como   vimos,   o   significado   do   texto   está   intimamente relacionado  com  as  condições  socioeconômicas,  culturais,  políticas  e históricas  do  local  em  que  é  produzido  e  lido.  A  não  focalização  do texto  como  parte  integrante  de  práticas  sociais  nas  quais ele  tem funções  específicas  o  reduz  a  simples  fonte  de  análise  linguística, análise  está  também  deturpada  por  não  levar  em  conta  os  fatores determinantes  da  seleção  lexical,  sintática  e  estrutural  que  ele  exibe.(TERZI;PONTE, 2006, p.683).

 

Assim,  as  escolhas  que  os  professores  fazem, em  sala  de  aula,  ao  trazer determinado  texto  e  a  forma  como  ele  será  trabalhado  podem  influenciar  o  futuro  dos estudantes  e,  por  conseguinte,  da  sociedade.(CERVETTI;PARDALES;  DAMICO, 2001).

Em  atividades  de  LC,  a  opinião  do professor  sobre  determinado  tema  não  deve prevalecer, nem   a   forma   de   pensar   de   qualquer   outro   indivíduo   envolvido   nas discussões  acerca  do  texto.  O  cerne  do  LC  está  no  diálogo, na  compreensão e nos questionamentos. Questionar não para criticar (no sentido de dizer eu estou certo, você está errado),  mas  no  sentido  de  questionar  para  compreender  que  o  outro  possui  uma história  de  vida  que  contribui  para  que ele pense  e  aja  de  determinada  maneira.  O  LC visa, então,  às compreensões das diferentes perspectivas com a  finalidade de colaborar para uma sociedade mais justa e igualitária, que respeita e celebra a diversidade humana (aspectos físicos, sociais, históricos e culturais dos indivíduos).

Além  disso,  o  LC  contribui  para  relacionamentos  interpessoais  mais  saudáveis, uma vez que prioriza o  diálogo, o respeito às diferenças  (modo de pensar, cor de pele, religião  etc.)  e  percebe  a  diversidade  como  atributo  benéfico  para a troca  de  saberes, contribuindo para o crescimento e o aperfeiçoamento pessoal.


 6.1 PLANO DE AULA

Tema: Literatura Gótica de Allan Poe

Objetivo: Refletir sobre o eu profundo e outros eus por meio de textos de Allan Poe

 

 

 

Objetivos:

Ø  Despertar o conhecimento prévio dos alunos sobre o autor Allan Poe

Ø  Observar o grau de familiaridade dos alunos com as obras e escritores literários da língua inglesa.

Ø  Refletir sobre o modo em que a figura do gato preto é vista em nossa cultura, e fazer inferências sobre o assunto a ser abordado no texto.

Ø  Analisar o grau de importância atribuído entre às experiências pessoais e o aprendido em sala se aula com o texto literário.

Ø  Compartilhar, com os colegas, a leitura dos textos escritos pelos grupos, valorizando os diferentes pontos de vistas defendidos com ética e respeito, tendo-se como referência a Habilidade Nacional Comum Curricular

Ø  Discutir a comunicação intercultural por meio da língua inglesa como mecanismo de valorização pessoal e de construção de identidades do mundo globalizado.

Recursos Necessários:

Ø  Datashow

Ø  Cópias das atividades

Ø  Questionário

Ø  Desenho para colorir do gato preto.

Ø  Cartaz sobre o tema gótico

Duração Prevista:

Ø  2(dois) tempos de aula

DESENVOLVIMENTO:

1.Preparação

Atividade de sensibilização: figura de Allan Poe e o gato preto.

1.1 Miniaula

1.1.1. Quem foi Allan Poe.

1.1.2. Principais características dos textos de Alan Poe.

 1.2 Seleção do texto: 

 1.2.1 The Black Cat

 1.3. A disposição dos leitores

1.3.1. Considerar os resultados obtidos através das discussões e conhecer as expectativas da turma.

1.4. A sistematização das atividades

1.4.1. Cronograma.

1.4.1. Disposição das carteiras em círculo na sala de aula.

2.Execução

2.1 O ato de ler

2.1.1 Texto 1: – Anotações para The black cat.

2.2 O compartilhamento

2.2.1 Pré-discussão: Explorar o significado de algumas palavras que possam ser consideradas difíceis pelos alunos.

2.4 Discussão propriamente dita

2.4.1. Perceber características autobiográficas no texto, associando a escrita do autor à própria vida dele e refletir sobre o quanto de nós fica expresso em nossa escrita, nossas marcas e histórias de vida.

2.4.2. Refletir, a partir do texto literário, sobre até que ponto as memórias e histórias passadas podem interferir positivamente ou negativamente no que somos hoje e em quem precisamos ser.

2.4.3. Diálogo entre o lido e o vivido. Possíveis discussões:

1 - Preconceitos/ 2 - As várias faces do ser humano - o eu profundo e os outros eus/ 3- Concepções de gótico/ 4- Gótico X sociedade da época/ 5- Perfil do autor e escrita canônica/ - Documento biográfico e elaboração ficcional/ 6- (Perda de) Identidade/ 6- Autoconhecimento.

2.5. O registro

2.5.1. Observações, reflexões e impressões no próprio caderno e depois entrega de sinopse e resenha critica. Destacar algumas características peculiares dos textos de Allan Poe

3.Elaboração de atividades

3.1Apresentar os slides aos alunos, contendo a foto de Allan Poe.

3.2 fazer a pergunta escrita aos alunos:

(What do you know about this man?)

Idealmente, os alunos responderão: He was a famous writer. His name is Edgar Allan Poe. Caso a resposta não venha. Diga a eles: He was a famous writer. His name is Edgar Allan Poe.

Is he Brazilian?

(idealmente os alunos dirão: No). Where is he from? He is from the United States of America.).

Look at the picture. When do you think he lived? 

(Idealmente, os alunos responderão: In the 19th century, between 1809 and 1849.) Have you ever read a poem or a tale from him? Which one? (Idealmente, os alunos dirão: Yes, the poem Annabel Lee. Eles poderão, também, trazer outros poemas e histórias do autor a partir de suas experiências como leitores.)

Introduzir o texto através de uma breve discussão sobre como a figura do gato preto (black cat) é vista em nossa cultura.

3.1.3. Oficina artístico literária:

3.1.3.1. Apresentar em cartaz as diversas formas de pessoas góticas representando-se por meio de fotos, recortes, imagens e legendas. Refletir sobre o texto a partir do ponto de vista do autor e quais elementos deveriam ser mudados para aproximar o texto à nossa cultura.

3.1.3.2 Que os alunos possam, de modo simples, discutir suas visões sobre o cat black e o narrador colocando-se no lugar do autor. Que possam pensar em aproximação e distanciamento entre a cultura de origem do texto e a nossa.

3.1.3.3 Atividade de reflexão será realizada individualmente, em segundo momento, a turma será dividida em quatro grupos, sendo cada grupo responsável pela leitura de um dos trechos do conto. Cada aluno deverá fazer a leitura de um fragmento do texto. O arquivo já está separado em fragmentos nomeados Part APart BPart C, e Part D, com suas respectivas perguntas iniciando cada parte. Imprima uma cópia para cada aluno. Certifique-se de que todos os alunos possuam uma parte para ler.

4. Disciplina foco: Literatura Inglesa   Série: 3º ano do Ensino Médio

5. Avaliação -  Combinadas de avaliação e autoavaliação: Atividades 

Perguntas norteadoras

6.       Qual é a concepção de gato preto e o corvo apresentada nas obras de Allan Poe? Você concorda? Por quê?

7.       Qual é a crítica presente nos textos e no imagético do gato preto e?

8.       Quem foi Allan Poe? De acordo com sua biografia o que seria ser normal?

9.       O que Allan Poe propõe sem suas obras?

10.   De acordo com o exposto, descreva sua personalidade e o que gostaria de mudar em si?

 

Literatura: A tradição Gótica 

 

A literatura gótica surgiu na Inglaterra do século XVIII, que curiosamente ficou conhecido como o Século das Luzes. Após surgir naquele país, o gótico se espalhou para outros locais da Europa, como a Alemanha e a França. Especialistas consideram que a obra que deu início a esse tipo de literatura foi o livro “O Castelo de O trato”, do escritor Horace Walpole (1717-1797), que foi publicado em 1764. Foi com essa obra que algumas características típicas da literatura gótica começaram a se destacar. Essa produção apresenta um caráter marginal e rompe com os valores da sociedade.
Na Europa Charles Baudelaire e Mallarmé, nos Estados Unidos Edgar Allan Poe e no Brasil Cruz e Sousa, Alphonsus de Guimaraens e Augusto dos Anjos tiveram ligações com essa tendência.

A literatura gótica é uma mistura do estilo romanesco e o romance, na qual o clima de terror, suspense e aflição prevalecem. No livro de Walpole, o cenário tipicamente gótico começa a aparecer com seus castelos medievais, passagens secretas, quadros que se movem, ruídos inexplicáveis. O autor gostava tanto desse tipo de literatura que construiu um castelo medieval particular, assim, um dos autores que participam desse estilo é o autor Allan Poe.

Leitura Literária 

 

 What do you know this man?


       
Edgar Allan Poe (1809-1849) Edgar Allan Poe (1809-1849) foi um poeta,    escritor, crítico literário e editor norte-americano. Autor do famoso poema “O    Corvo”. Escreveu contos sobre mistério, inaugurando um novo gênero e estilo na literatura. Nasceu em Boston, nos Estados Unidos, no dia 19 de janeiro de 1809. Filho de atores ambulantes, quando tinha um ano, o pai deixou a casa e, no ano seguinte a mãe faleceu. Com dois anos foi adotado por um rico comerciante escocês. Fez seus primeiros estudos em Glasgow, na Escócia, e em um internato em Londres, onde a família se estabeleceu.

Em 1820 já estava de volta aos Estados Unidos onde continuou os estudos em uma escola de Richmond, Virgínia. Em 1823 escreveu seus primeiros poemas. Em 1826 ingressou na Universidade de Virgínia. Nessa época envolveu-se com o jogo e o álcool. Tinha uma relação conflituosa com o pai adotivo. Em 1829 vai viver com sua tia e uma prima. Em 1830, ingressa na Academia Militar de West Point. Depois de oito meses foi expulso por indisciplina.

Em 1835 Allan Poe tornou-se editor literário da Soltber Literary Messenger. Seu problema com a bebida se agravou, sendo despedido do emprego. Muda-se para Nova Iorque, trabalha em alguns periódicos e escreve suas obras. Em 1847 sua mulher morre, agravando ainda mais o seu vício com o álcool.

Em 1849, após viajar de Richmond para Baltimore, perde-se pelas ruas, sendo encontrado bêbado, delirando em uma taberna e levado para um hospital onde passa seus últimos dias. Edgar Allan Poe morre em Baltimore, Maryland, Estados Unidos, no dia 7 de outubro de 1849.

Allan Poe deixou poemas, contos, romance com temas de mistério e de horror.   Em 1827 publicou seu primeiro livro de poemas “Tarmelão e Outros Poemas”. Muitas de suas obras exploram a temática do sofrimento causado pela morte. O poeta acreditava que nada seria mais romântico que um poema sobre a morte de uma mulher bonita.

É considerado o criador do conto policial, seus poemas mergulham na tristeza e as narrativas em temas de morte, que refletiam os tormentos do autor. Por outro lado, possuía grande capacidade analítica sendo considerado o pai das modernas histórias de detetive. Sua primeira novela policial foi “Assassinatos na Rua Morgue” (1841).

 

 Onde está situado Allan Poe no universo da Tradição gótica.

A vida do escritor, crítico literário e editor norte-americano que consolidou a tradição gótica se traduz igualmente à sua obra: recheada de drama, mistério e aspectos sombrios: A história do escritor americano Edgar Allan Poe poderia muito bem ter se originado de um “Manuscrito encontrado numa garrafa”, se considerarmos os mistérios que envolvem a trajetória desse autor atormentado desde muito cedo pelas sombras de seu passado.

Assim como a produção literária de Poe, tudo aquilo que envolve os registros acerca de sua vida é envolto por dúvidas e desencontros. Algumas incertezas que permeiam sua biografia seriam de difícil solução até mesmo para o perspicaz detetive Auguste Dupin. (PERNA; LAITANO, 2009, p. 7).

Os estudos sobre a biografia de Edgar Allan Poe, vez ou outra, acabam apontando algumas mudanças com relação a novas descobertas sobre a vida do autor, mas o que sabemos até o momento é que a vida de Poe se configurou como conturbada e resumida a muitas tragédias: “os fatos da vida de Poe, o mais melodramático de qualquer um dos principais escritores americanos de sua geração, foram difíceis de determinar” (LEVINE et al., 2017, p. 604, tradução nossa)10. Edgar Allan Poe nasceu em Boston, nos Estados Unidos, no ano de 1809. O pai de Poe, quando o menino ainda era pequeno, abandonou a casa em que morava e, mais tarde, a mãe veio a falecer. Poe, tão novo, já começara a sentir os terríveis sofrimentos que a vida lhe reservara. Quando o pequeno Edgar fazia dois anos, ele foi adotado por uma família escocesa de comerciantes que, mais tarde, residiu durante um tempo em Londres para que o menino pudesse iniciar seus estudos.

Desde muito cedo demonstrou interesse pela literatura, e a sua iniciativa na escrita literária se deu através da poesia. Uma das complicações da vida de Poe não demorou muito para que se iniciasse: o seu envolvimento com bebidas alcoólicas e vício em jogos de azar. Em 1831, Poe ingressou na Academia Militar, uma experiência que não durou muito tempo, pois logo foi expulso por indisciplina. Nesse momento de sua vida, Poe já estava com a carreira literária em andamento e, em 1835, tornou-se editor literário nos Estados Unidos. No mesmo ano, casou com a sua prima, de apenas 13 anos, e não demorou muito para que a vida lhe passasse mais uma rasteira com a morte de sua amada.

Consequentemente, o escritor acabou agravando o seu vício pelo álcool e, após esses eventos, não demorou muito para que ele fosse encontrado inconsciente pelas ruas de Baltimore, nos Estados Unidos, sendo levado para o hospital, onde permaneceu durante seus últimos dias de vida.

Além de a obra de Edgar Allan Poe ter sido considerada imoral para a época, as experiências de vida trágicas do autor, como os problemas que tinha com diferentes vícios, contribuíram para que houvesse uma rejeição e crítica com relação à sua pessoa, principalmente no que diz respeito à sua conduta, conforme aponta Bellin: (...) o escritor Robert Louis Stevenson, em um ensaio intitulado “A academia”, expressou sua convicção a respeito do talento de Poe mas criticou sua imagem pessoal, pois também acreditava que o estereótipo do alcoólatra que intercalava períodos criativos com crises depressivas foi um empecilho para o estabelecimento de uma reputação respeitável. (BELLIN, 2011, p. 43).

Apesar dos grandes transtornos que assolaram a vida do norte-americano, é inegável que Edgar Allan Poe, com apenas 40 anos de idade, deixou um vasto legado, de modo que, até os dias atuais, pesquisadores se dedicam a estudar e buscar novas leituras e conhecimento sobre a sua obra.

No que diz respeito às suas produções escritas, além da relevância do escritor para o fazer literário, ele também esteve comprometido com a crítica literária, produzindo materiais como A Filosofia da Composição (1846), que trata de sua própria análise da composição do poema “O Corvo” (1845), assim como uma publicação sobre uma teoria do conto convencionada pelo escritor, que foi o primeiro material a explorar teoricamente o gênero em questão.

Mais tarde, esses manuscritos teóricos, além da própria obra literária do escritor, foram revisitados e utilizados por autores consagrados da literatura mundial, dentre eles o francês Baudelaire, chegando até mesmo a influenciar nosso grande Machado de Assis: (...) para William Carlos Williams, foi o primeiro escritor a fazer da literatura norte-americana algo sério, não uma questão de imaginação ou de verdade (WILLIAMS, apud ASSELINEAU, 2009, p. 5).

Desta forma, devemos não só enfatizar a importância de Poe para a formação da literatura de seu país como também reconhecer a relevância de suas contribuições para gerações subsequentes de escritores. Exemplos não nos faltam: Mário de Andrade, Julio Cortázar e até Machado de Assis retomaram, rediscutiram e reelaboraram a teoria da unidade de efeito. (BELLIN, 2011, p. 43-44). A teoria do conto foi proposta pelo escritor no prefácio à reedição da obra Twice-told tales, de Hawthorne, a partir do texto “Review of Twice-told tales”, publicado no ano de 1842.

As ideias apresentadas por Edgar Allan Poe se configuram como um fruto do seu grande interesse e fascínio pela narrativa curta. A idealização da teoria, assim como a sua maestria ao tecer a narrativa curta, fez com que o escritor se tornasse o consolidador desse gênero enquanto literatura de ficção.

Poe, em seu tempo, foi um escritor que questionou a tradição em diferentes aspectos, sendo um deles o fato de o escritor visualizar a narrativa curta como o meio mais apropriado para o artista expressar o seu fazer artístico.

Abaixo, segue o texto The Black Cat para a elaboração dos trabalhos.

 

 BLACK CAT


 


RESULTADO DA AVALIAÇÃO



 RESULTADO DA AV
Resultado da Avaliação


Avaliação: atividades práticas feitas em sala de aula.

Sinopse 

 A intrigante história de "O gato preto" é narrada em primeira pessoa pelo personagem sombrio que desde criança possui uma grande afeição por animais, mas o destino mostra-se assustador quando um gato preto aparece em sua vida. Nesses quadrinhos desfrutamos um pouco do mistério, do fantástico e da alma do ser humano, que se revela aterrorizadora. Uma leitura imperdível.




Resenha
 

O Gato Preto é um clássico do terror e talvez o mais conhecido dos contos de Edgar Allan Poe. Nesse pequeno conto conhecemos um homem que tem em sua casa diversos animais de estimação, pois ainda criança já amava os animais, um amor que foi vencendo o tempo e em sua fase adulta, com o apoio da esposa, resolveu adotar diversos animais.

Entre os inúmeros animais que o protagonista tem em casa, um em especial chama atenção pela afinidade e amor para com o dono, é um grande gato preto, chamado Pluto, que é o favorito do protagonista. Porém, em determinado momento, a relação desse homem com os animais vai mudando, levado pelo alcoolismo, ele começa a maltratar os mesmos.

Porém seus pensamentos, atos e caráter vão mudando com o passar do tempo. Vemos que diariamente, o homem apresenta o seu viés sádico e cruel, a sua mente vai sendo deturpada pelo vício e com isso o lado violento vai aflorando, até que em determinado momento um grande ódio surge no homem em face ao seu animal favorito, Pluto o "gato preto". Esse ódio, o deixa taciturno e sombrio, aspectos que se estendem aos animais e para a sua esposa.

Em certo momento, tomado de ódio, o homem com um comportamento extremamente violento mata o seu gato. Essa morte violenta, esse assassinato, enche o protagonista de culpa, gerando em si uma grande repulsa pelo o que fez. Tomado de arrependimento, ele vai para um bar beber, até que acha um gato semelhante ao que assassinou. Para se redimir do que fez, resolve levar um novo gato preto para casa. Contudo algo perturbador acontece e o nosso protagonista precisa enfrentar uma prova de fogo.

 

 Opinião dos alunos.

O Gato Preto é um conto narrado em primeira pessoa, na forma de um relato, de uma confissão, que demonstra as mudanças comportamentais de um homem afetado pelo alcoolismo, o quanto através desse, foi possível mudar a vida pacífica de um homem que amava de forma incondicional os animais, para uma vida em que o amor pela criação não existe, reinando apenas o ódio e a violência.

Edgar Allan Poe, expõe sobretudo a fragilidade humana em uma história onde a corrupção dos valores morais acontece de forma gradativa aos olhos dos leitores. Poe nos surpreende com a frieza do narrador, que perde o seu lado humano, apresentando um lado bestial. Mas também demonstra que o vício, seja ela qual for, pode arruinar o ser humano. Em meio aos atos de perversidade, vemos uma grande oscilação do protagonista a lucidez e a loucura.

O narrador é um personagem complexo, apresenta uma grande densidade psicológica e alterações comportamentais durante a trama. Já sua mulher é uma personagem linear, não apresenta nenhuma mudança comportamental, apresentando as mesmas características do início ao fim. O conto apresenta uma ambientação gótica, permeada de terror e suspense, expondo sentimentos como a agonia, o medo e pavor, características típicas nos contos de Poe.

  

Comparação dos alunos.

Um gato preto chamado Plutão

No conto, um narrador anônimo e à beira da morte descreve “uma série de acontecimentos domésticos” que o horrorizaram há alguns anos atrás. Ele revela que não vai tentar explicar o ocorrido e que tem certeza que não é louco e nem que estava sonhando. Com essa introdução, antes de começar a narração propriamente dita, Poe cria a atmosfera para prender a atenção do leitor. Ele utiliza esse recurso em vários de seus contos, e eu já tinha falado sobre isso na resenha de A queda da casa de Usher. Em seu relato, o narrador descreve como o abuso de álcool causou uma transformação em sua personalidade: de um jovem carinhoso com a esposa e com grande afeição por animais, ele se tornou um homem impaciente e agressivo, capaz de maltratar violentamente seus bichos de estimação. O animal que mais sofre em suas mãos é justamente aquele que era seu preferido: um gato preto chamado Plutão (não por acaso, o mesmo nome do deus dos mortos e do mundo subterrâneo na mitologia romana). À medida que os atos do narrador vão se tornando mais extremos, ele passa a acreditar que o gato é algum tipo de entidade sobrenatural, que está aguardando uma oportunidade para se vingar dele. Obviamente, isso o deixa aterrorizado.

 

  

7.      CONSIDERAÇÕES FINAIS

 A perspectiva e leitura do LC  permite  ao  leitor/ouvinte  perceber que  os diferentes  textos  (verbal  ou  não  verbal)  advêm  de diferentes  contextos e  expressam  pontos  de vistas de uma determinada realidade. Por meio de questionamentos acerca da origem, intenção e contexto de produção dos textos, podem-se identificar relações de poder e injustiças presentes.

Nesse sentido, o papel do professor como mediador que  auxilia  o desenvolvimento do LC nos alunos,  em  uma  relação  dialógica, é  preponderante  para  formação  de cidadãos  críticos  que conseguem  perceber  que  os  textos  não  são  neutros  e  que  foram  construídos  com  objetivo  e contexto sócio-histórico determinados.

Por isso, incentivamos que os textos, em sala de aula, não sejam utilizados apenas para estudo  dos  aspectos linguísticos/gramaticais, mas  que,  sobretudo, a  mensagem neles inserida seja explorada e a ideologia presente seja questionada, possibilitando, com isso, a formação de cidadãos  críticos  para  um  agir  em  sociedade, tendo  como  objetivo  relações de justiça e  de igualdade. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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___. No tabuleiro da professora tem...Letramento Crítico? In: JESUS, D. M. de; CARBONIERI, D. (Org.). Práticas de Multiletramentos e Letramento Crítico: outros sentidos para a sala de aula de línguas. Campinas, SP: Pontes Editores, 2016. (Coleção Novas Perspectivas em Linguística Aplicada,47).

 

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TAKAKI, N. H. Contribuições de teorias recentes de Letramentos Críticos para inglês instrumental. RBLA, v. 12, n. 04, p. 971-996, 2012.TERZI, S. B.; PONTE, G.L. A identificação do cidadão no processo de Letramento Crítico. Perspectiva, v. 24, n. 02, p. 665-686, jul./dez. 2006

 

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