HIERARQUIA GRAMATICAL

 

HIERAQUIA GRAMATICAL

 SINTAXE E SINTAGMA

faz parte  da competência linguística do falante e é ela que permite a combinação de palavras em uma ordem pertinente `a Língua Portuguesa. Essa organização, inserida em nossos atos de linguagem, apresentam uma hierarquia e é composta por sintagmas, frases e períodos

Além deles, podemos incluirmos nessa hierarquia as noções de texto e parágrafo, pertencentes ao nível do texto. 

É a partir dos sintagmas  que construímos frases, orações e períodos para estabelecer os significados. Assim, iremos responder as seguintes perguntas:

O que é sintaxe? 

O que está envolvido em seu estudo?

E como a hierarquia gramatical se constrói?

 



 O que é Sintaxe?

Os elementos que compõem a língua, sejam de linguagem verbal, sejam de linguagem não verbal, fazem parte de nossa competência linguística. Compreendemos que há uma  combinação a ser obedecida, uma ordem requerida à Língua Portuguesa. E isso se chama sintaxe.

“Sintaxe” vem do grego syntaxis e significa “ordem e disposição”. 

Esse termo remete à parte da gramática que se dedica  à descrição do modo como as palavras são combinadas para compor sentenças, sendo essa descrição organizada sob a forma de regras.

Quais são as partes que compõem a gramática?

Fonologia: Estudo dos sons de uma língua com capacidade de distingui significado.

Morfologia: Estudo da estrutura ou forma das palavras.

Sintaxe: Estudo da organização das palavras em uma frase.

Semântica: Estudo do significado.

O que estuda a sintaxe?

Funções e relações entre as palavras;

Regência, colocação  e subordinação;

Estudo da frase e sua organização;

Estrutura, ordem e função dos elementos;

Organização e relação dos elementos;

Atenção!!

Sintaxe diferentemente da morfologia, que trabalha com relações fechadas, nas quais não se podem inverter ou substituir elementos, a sintaxe apresenta  relações mais abertas, independentemente de haver alteração no significado, já que alguns aspectos desse significado estão fora de seus limites por questões de uso da língua. 

Por exemplo na palavra “casinha” não podemos alterar a ordem dos morfemas e redigi-la “inhacas”. Já em uma frase, podemos dizer:

“Ele tem uma casa bonita” ou “Ele tem uma bonita casa”. 

Produzimos por tanto, duas sentenças com os mesmos elementos em ordem diferentes, mas ainda sim compreensíveis. Ao utilizarmos a língua falada ou escrita, selecionamos as palavras, ou seja, escolhemos entre as classes de palavras  existentes aquelas que são mais adequadas ao que desejamos comunicar. Podemos combinar as palavras de acordo com a função que queremos dar a cada uma delas. 

Segundo Sautchuk(204;10) “Todo recorte, para efeito de análise linguística, que for feito na ‘ vertical’ estará necessariamente envolvendo um estudo morfológico da língua. E todo o estudo que se fizer envolvendo relações que se realizam no eixo sintagmático, nessa linha imaginária horizontal, será sempre de caráter sintático. 

È por isso que se diz que o campo de atuação da sintaxe é do eixo sintagmático, e o da morfologia é o eixo paradigmático”.





Vilela e Koch(2011) afirmam que:

ParadigmáticasAs relações paradigmáticas:  são as relações existentes entre as unidades que podem ocorrer num mesmo contexto e que excluem nesse contexto. 

Sintagmáticas: No discurso existem também as relações sintagmáticas: as que subsistem entre as unidades que podem ocorrer em um mesmo contexto. 

Distinguimos ainda entre as relações sintagmáticas léxico-semânticas e as relações tradicionalmente tidas como gramaticas.

 Léxicos - Semânticas: Relações sintagmáticas léxicos-semânticas são as relações que envolvem as compatibilidades semânticas: cada palavra transporta determinados pressupostos semânticos que condicionam a sua combinação com outras unidades. 

Assim, não podermos dizer em um sentido não transposto.

A rua fala, grita , corre,

Mas podemos dizer:

A rua fica no centro da cidade. 

A rua está esburacada. 

A rua está cheia de gente

As relações gramaticais propriamente ditas são as relações sintáticas:

a) a combinação predicativa, em que a frase é considerada como a combinação de sujeito e predicado e em que ambos os elementos se condicionam mutuamente, e esse condicionamento encontra expressão na concordância de pessoa e número.

 b) a subordinação ou combinação hipotática.

c) a coordenação ou combinação paratática.

Assim, quando analisamos a que classe gramatical pertencem as palavras de determinada frase, estamos realizando sua análise morfológica. 

A morfologia é a parte da gramática que estuda a classificação, estrutura, formação e flexão das palavras, observando-as isoladamente. 

Quando dividimos uma oração em partes para estudar as diferentes funções que as palavras podem desempenhar nela e entre as orações de um texto, estamos realizando uma análise sintática. 

E como vimos, a parte da gramática que estuda as reações e combinações existentes entre as palavras de um enunciado recebe o nome de sintaxe. 


 

SINTAGMAS


A organização da língua: os sintagmas

A combinação de palavras para que se possam formar frases é feita a partir de determinados princípios que regem a língua.

Temos sempre uma combinação em blocos, em torno de um núcleo. E essa combinação é chamada de sintagmas.

O que é um sintagma?

É um segmento linguístico que expressa uma relação de dependência e é comumente empregado para se referir às partes da sentença. 

Em relação ao sintagma, temos elemento determinado e outro determinante (ou subordinado), estabelecendo um elo de subordinação entre ambos.

Vamos conhecer um pouco mais sobre sintagmas:

Tradicionalmente, os níveis do morfema e do vocábulo são estudados pela morfologia, enquanto os níveis do sintagma, da oração e do período são estudados pela sintaxe.

Além de sintagma, oração e período, podemos acrescentar ainda o parágrafo e o “texto”, itens fora do âmbito da gramática, estudados pela Linguística Textual:

Texto

Parágrafo

Período

Oração

Sintagma

Vocábulo

Morfema


A noção de sintagma

É um segmento linguístico que expressa uma relação de dependência e é comumente empregado para se referir às partes da sentença.

Observando os exemplos abaixo, temos quatro blocos diferentes, cujo núcleo é o substantivo “bola”.

1) A bola.

2) A bola azul.

3) A bola bonita.

4) A bola azul quebrou o vidro.

Esses blocos poderiam, perfeitamente, ser utilizados para formar contextos maiores como:

“A bola azul foi roubada”; e

“A bola azul foi comprada pela mãe como presente para o menino”.

Nesses contextos maiores, há outros blocos, constituídos por outros elementos, ou seja, temos sintagmas.

Classificação dos sintagmas: de olho no núcleo

Sintagma nominal: quando o núcleo é um nome.

Sintagma verbal: quando o núcleo é um verbo.

A escolha da unidade.

A forma morfossintática dos vocábulos.

A posição de cada unidade.

Substituição de unidades por alguma palavra ou por sua ausência, sem prejuízo para o entendimento da frase.

Sintagmas básicos e derivados

Sintagma básico.

“Formado por uma classe de palavra apta por ela só a constituir o respectivo sintagma.” (Azeredo: 2002, seção 306).

Exemplo. Bala é o doce preferido dela.

Tipos de sintagma

Sintagma nominal (SN). O núcleo do sintagma é um nome: um mesmo sintagma pode exercer diferentes funções sintáticas.

Exemplos. Ele comprou a blusa azul.

Sintagma adjetival (SAdj): quando o núcleo do sintagma é um adjetivo.

 

A blusa azul é bonita.

 

Sintagma verbal (SV): quando o núcleo do sintagma é um verbo.

As pessoas compram blusas azuis.

Sintagma derivado ou derivativo. O SP é sempre um sintagma derivado (sintagma derivativo por meio de preposição) “[...] visto que só podem ser formados pela adição de uma preposição a outro sintagma.” (Azeredo: 2002, seção 306)

Exemplo. Ela gosta de bala.

 

Sintagma adverbial (SAdv): quando o núcleo do sintagma é um advérbio.

Ontem, compramos roupas novas.

 

 

Sintagma preposicional (SP ou Sprep).  Chamado por alguns autores de sintagma preposicionado. O núcleo do sintagma é uma preposição (Esse tipo de sintagma sempre será derivativo).

Ele sai cedo de casa.

O Sintagma Nominal e as funções sintáticas

Aquele filme maravilhoso rendeu milhões de reais. (Sujeito)

Eu comprei um filme novo ontem.(Objeto direto)

Tropa de Elite, um filme polêmico, atraiu milhares de pessoas aos cinemas. (Aposto)

Wagner, você é um excelente ator. (Vocativo)

O filme é um sucesso de público. (Predicativo do sujeito)

 

 

O Sintagma preposicionado e as funções sintáticas

 Os diretores do filme receberam o Oscar.  (Adjunto adnominal)

Esta porta é de ferro. (Predicativo do sujeito)

Ela assistiu ao filme ontem. (Objeto indireto)

A criação de um filme merece ser premiada. (Complemento Nominal)

Aos três anos, ele foi morar em Paris.(Adjunto adverbial)

Os prêmios foram recebidos pelo diretor.(Agente da passiva)

  Sintagmas básicos e derivados


SINTAGMA BÁSICO

 

Azeredo (2002, seção 306) conceitua esse sintagma como “Formado por uma classe de palavra apta por ela só a constituir o respectivo sintagma.”

 

Veja este exemplo:

 

Bala é o doce preferido dela.

 

Sintagma nominal básico formado pelo substantivo ‘bala’.

 

Sintagma derivado ou derivativo

Azeredo (2002, seção 306) afirma que o sintagma preposicional (SP) é sempre um sintagma derivado (sintagma derivativo por meio de preposição) “[...] visto que só podem ser formados pela adição de uma preposição a outro sintagma.”

Portanto, os sintagmas preposicionais ou preposicionados não podem ser formados somente por preposição, mas por causa dela recebem sua classificação.

 

Exemplo:

Ela gosta de bala.

Sintagmas básicos e derivados

Vejamos agora as duas condições que determinam se uma sequência de unidades será um sintagma.

Deslocamento - Ser deslocável para outra posição na oração.

Substituição - Ser substituível por uma unidade simples.

As noções de frase, oração e período

A análise sintática é a análise das relações que as palavras mantêm entre si na frase, ou seja, os níveis de hierarquia sintática envolvem o sintagma, a oração e o período. A estrutura do plano do conteúdo em uma língua comporta vários níveis. Cada nível caracteriza-se por uma espécie de unidade. Vamos estudar a seguir cada uma dessas unidades.

. Aqui você verá  vários tipos de frase. Porém, se dará destaque às verbais e às frases nominais. Para termos uma frase, é suficiente, portanto, que a unidade linguística empregada represente um ato comunicativo capaz de exprimir uma intenção ou motivação interlocutiva.

Azeredo, em sua Gramática Houaiss da Língua Portuguesa, (2008:136) afirma:

“Perguntas, respostas, ordens, declarações, exclamações, promessas, pedidos são atos comunicativos praticados por meio de frases. Tanto a pergunta Você aceita outro pedaço de bolo? Quanto a resposta, Sim ou Aceito são frases.

Entonação

De acordo com a entonação, as frases podem ser:

• Declarativas;

• Exclamativas;

• Interrogativas;

• Imperativas.

FRASE. A frase é uma expressão de sentido completo, ou seja, transmite uma ideia completa

Frase nominal. Socorro! Coragem!

Frase verbal. Saia! Ele já chegou.

ORAÇÃO.   Unidade gramatical construída em torno do verbo

PERÍODO. O período é uma estrutura gramatical constituída de, pelo menos, uma oração.

Período simples e período composto

O período é uma estrutura gramatical constituída de, pelo menos, uma oração. Como toda oração precisa ter verbo, para que haja um período é preciso que tenhamos, pelo menos, um verbo. Há dois tipos de períodos: período simples e período composto

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Período simples. Formado por apenas uma oração, ou seja, ele possui apenas um verbo.

O período simples também é chamado de oração absoluta, já que ele é formado por apenas uma oração.

Exemplo. Ele trabalhou até mais tarde ontem

Período composto. Formado por duas ou mais orações, ou seja, para que um período seja composto é preciso que ele tenha dois ou mais verbos.

Exemplo. Ele trabalhou até mais tarde ontem porque chegou atrasado.

Oração

Os autores concordam que uma oração é uma unidade gramatical construída em torno do verbo.

Sautchuk, por exemplo, afirma que uma oração é  “[...] uma frase que se presta a uma análise sintática de seus constituintes e deve exibir, de maneira clara ou oculta, um núcleo verbal. Dessa forma, a oração reúne, na maioria das vezes, duas unidades significativas, a que chamamos sujeito e predicado.” (2004:36)

Para se ter uma oração é preciso sempre ter um sintagma verbal, já que não há oração sem verbo.

Assim, a parte da oração, em que há presença do verbo, denominamos predicado.

Portanto, predicado e sintagma verbal são formas diferentes para se nomear a mesma estrutura, ou seja, o bloco com verbo chamado sintagma verbal, exercerá sempre a função sintática de predicado.

O sintagma nominal, que dá as marcas gramaticais para o verbo, chama-se sujeito.  Isso significa dizer que, se o sujeito está no singular, o verbo fica no singular. E, claro, se o sujeito está no plural, o verbo vai para o plural.

Haver é impessoal e fica na 3ª pessoa quando significa existir: “há seguros”.

O verbo haver é impessoal quando apresenta o sentido de existir, ocorrer, decorrer, fazer (tempo).

Também fica na 3ª pessoa do singular o auxiliar do verbo haver impessoal como no exemplo  “Deve haver redatores na editora”.

Vejam os verbos destacados:

Quantas orações temos no texto ao lado?

Temos 8 orações.

Haver impessoal e FICA na 3ª pessoa quando SIGNIFICA existir: HÁ seguros. 

O verbo haver É impessoal quando APRESENTA o sentido de existir, ocorrer, decorrer, fazer (tempo).

Também FICA na 3ª pessoa do singular o auxiliar do verbo haver impessoal como no exemplo “DEVE HAVER redatores na editora”.

Os verbos em itálico não são contados como orações porque aparecem substantivados.


Vejam os verbos destacados:

Quantas orações temos no texto ao lado?

Temos 8 orações.

Haver impessoal e FICA na 3ª pessoa quando SIGNIFICA existir: HÁ seguros. 

O verbo haver É impessoal quando APRESENTA o sentido de existir, ocorrer, decorrer, fazer (tempo).

Também FICA na 3ª pessoa do singular o auxiliar do verbo haver impessoal como no exemplo “DEVE HAVER redatores na editora”.

Os verbos em itálico não são contados como orações porque aparecem substantivados.

 

 

 

 

 

Substituição - Ser substituível por uma unidade simples.

 

(Sintagma nominal básico formado pelo substantivo ‘bala’)

 

 

 

Relações tradicionalmente tidas como gramaticais Já as relações gramaticais propriamente ditas são as relações sintáticas. As vamos considerar são: (i) a combinação predicativa, em que a frase é considerada como a combinação de sujeito e predicado e em que ambos os elementos se condicionam mutuamente, e esse condicionamento encontra expressão na concordância de pessoa e número [...]; (ii) a subordinação ou combinação hipotática [...]; (iii) a coordenação ou combinação paratática [...].” (p. 286-87) Assim, quando analisamos a que classe gramatical pertencem as palavras de determinada frase, estamos realizando sua análise morfológica. A morfologia é a parte da gramática que estuda a classificação, estrutura, formação e flexão das palavras, observando-as isoladamente. Quando dividimos uma oração em partes para estudar as diferentes funções que as palavras podem desempenhar nela e entre as orações de um texto, estamos realizando uma análise sintática. E como vimos, a parte da gramática que estuda as reações e combinações existentes entre as palavras de um enunciado recebe o nome de sintaxe. Referências: SAUTCHUK, Inêz. Prática de morfossintaxe: como e por que

 

Referências: SAUTCHUK, Inêz. Prática de morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo) sintática. São Paulo: Manole, 2003. VILELA, Mário e KOCH, Ingedore Villaça. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina, 2011.

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